terça-feira, 27 de setembro de 2011

0019 - "Empregos Verdes" Podem Quebrar Reino Unido


23/09/2001
A insistência de sucessivos governos em se aferrarem aos dogmas ambientalistas sobre a “economia de baixo carbono” e os “empregos verdes” pode ser catastrófica para a economia britânica, segundo um estudo divulgado na semana passada pela Global Warming Policy Foundation (GWPF). Segundo o autor do relatório, o economista Gordon Hughes, professor da Universidade de Edimburgo e ex-assessor sênior do Banco Mundial para assuntos ambientais, o discurso oficial de que as políticas favoráveis às chamadas energias renováveis (principalmente, eólica e solar) poderão gerar um grande número de novos empregos e aumentar a competitividade da indústria nacional não passam de “ilusão” (Global Warming Policy Foundation, 2/09/2011).
Intitulado The Myth of Green Jobs (O mito dos empregos verdes), o estudo aponta uma série de possíveis consequências drásticas de longo prazo para a economia britânica, caso persista a promoção das caras e altamente subsidiadas energias “verdes”. Para Hughes, os aparentes ganhos de curto prazo com a promoção de tais fontes são eliminados pelos prejuízos de médio a longo prazos. Ademais, diz, a estimativa da Comissão Europeia de que os investimentos em fontes renováveis gerarão 2 milhões de empregos não tem qualquer base em evidências sólidas. O que há de concreto é que, ao investir nessas fontes caras e ineficientes, reduzem-se as capacidades produtiva e de investimentos da economia.
Em paralelo com os ganhos ilusórios das políticas energéticas “verdes”, os custos são bem conhecidos e pesados, apontando para uma ameaça de que “os preços gerais da eletricidade pagos pelas indústrias e outros grandes usuários aumentará em pelo menos 100% e, mais provavelmente, 150%, nos próximos 5-8 anos”.
Dentre os problemas apontados pelo relatório, está o fato de que as metas do governo britânico para as renováveis demandam de 9-10 vezes o montante necessário para se produzir a mesma quantidade de energia a partir de fontes convencionais, como as usinas termelétricas a gás ou a carvão. Além disto, desviará 120 bilhões de libras esterlinas de investimentos mais produtivos de outros setores da economia, para financiar as fontes de energias “verdes”, que podem adicionar algo entre 0,6-0,7% às taxas de inflação da economia britânica, até 2020.
“A afirmativa de políticos e lobistas, de que as políticas de energia verde criarão milhares de empregos não são apoiadas por qualquer evidência. Em termos do mercado de trabalho, os ganhos para um pequeno número de empregados reais ou potenciais em negócios especializados em energias renováveis devem ser pesados contra as sombrias perspectivas para um grupo muito maior de trabalhadores, que produzem bens comercializáveis nas demais áreas do setor produtivo”, resumiu Hughes.
Todavia, o economista ressalta que, conforme se evidenciam os altíssimos custos dos delirantes sonhos “verdes” do governo britânico, a retórica política tem passado a ressaltar os alegados benefícios econômicos dos investimentos em energias renováveis. O exemplo mais evidente é o de que tais investimentos irão gerar milhares de empregos na fabricação ou manutenção de turbinas eólicas e equipamentos similares.
Entretanto, para Hughes, o aumento no quadro de empregados por meio de investimentos em eólicas tende a gerar enormes encargos para a economia como um todo, prejudicando a renda de trabalhadores de outros setores da economia.
Quanto às exportações alegadamente oriundas da indústria “verde”, ele é igualmente categórico, afirmando que o exame das áreas propostas “não proporciona qualquer evidência de que o Reino Unido possa adquirir uma vantagem comparativa de longo prazo na manufatura de equipamentos de energias renováveis, por qualquer combinação de políticas que sejam técnica e economicamente viáveis”
Os drásticos aumentos dos custos de energia, somados ao desvio de investimentos de outros setores da economia, poderá deixar muitas empresas manufatureiras com as alternativas de quebrar ou se relocar em outros países.
Por fim, Hughes ressalta que não há qualquer evidência sólida de que as energias renováveis venham a ser barateadas, a ponto de se tornarem economicamente viáveis no futuro: “Não há qualquer razão geral para se supor que futuros progressos técnicos e melhoras de eficiência venham a favorecer as fontes renováveis de energia, em relação às fontes não renováveis.”
O impacto cumulativo de todos esses fatores poderá implicar em uma perda de 2-3% no PIB potencial do país, nas próximas duas décadas ou mais.
A conclusão do economista é que o mais aconselhável é investir em fontes convencionais de geração, inclusive nuclear, de modo a aumentar a eficiência da matriz energética em conjunto.
O didático relatório do professor Hughes pode ser encontrado no sítio da GWPF.

Nenhum comentário:

Postar um comentário