terça-feira, 17 de julho de 2012

0270 - As mudanças climáticas e o Holocausto




Por: Editoria do Alerta em Rede

8 de junho de 2012

Na medida em que os cenários alarmistas sobre as mudanças climáticas têm sido crescentemente contestados e a opinião pública dos países industrializados se mostra cada vez mais descrente deles, os promotores do “aquecimentismo” passam a apelar para recursos dos mais estapafúrdios, em seu empenho de sustentar a agenda da redução do uso de combustíveis fósseis e toda a pletora de atividades correlatas. Um deles, que parece estar ganhando corpo, é a equiparação dos críticos da hipótese do aquecimento global antropogênico (AGA) com os negadores do Holocausto perpetrado pelos nazistas, na II Guerra Mundial, contra judeus, ciganos e deficientes físicos. A nova palavra de ordem deverá ser trombeteada ao mundo durante a Rio Climate Challenge (Rio Clima), encontro de legisladores, acadêmicos e ativistas ambientais, que ocorrerá no Rio de Janeiro (RJ), entre 14 e 17 de junho, em paralelo com a conferência Rio+20.

Em entrevista à agência IPS, o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos organizadores do evento, deu a tônica da linha de ataque aos críticos do AGA, que, se não é nova, até agora, limitava-se a algumas manifestações isoladas de adeptos mais fanáticos da hipótese antropogênica das mudanças climáticas. Para ele, “a ‘negação climática’ é tão patética quanto a do Holocausto ou a dos médicos que, no passado, pagos pela indústria do tabaco, declaravam nos jornais e na televisão que não estava comprovado efetivamente que fumar causa câncer de pulmão”.

De acordo com Sirkis, esta posição sobre as mudanças climáticas não tem “nenhum respaldo científico sério”. E, demonstrando estar atualizado sobre as linhas de argumentação críticas que têm recebido evidência junto ao público, advertiu que “algumas dessas vozes argumentam que os ciclos de aumento e redução do gelo no Ártico demonstram que o aquecimento global é um mito e que, pelo contrário, haverá um esfriamento planetário até o final deste século”.

Não obstante, o diligente parlamentar “verde” adverte que, embora essa opinião represente uma “faixa totalmente marginalizada” da comunidade científica e relativamente pequena da opinião pública, ela “tem sua estridência e nunca é demais chamar a atenção para isso”.

Como todo “aquecimentista” que se preza, Sirkis considera as questões climáticas “o principal problema que a humanidade enfrenta, em médio e longo prazos”. E a solução, obviamente, passa pela insana agenda da “descarbonização” da base energética da economia mundial: “A ideia é construir um cenário factível e um acordo simulado de clima… Temos uma janela de 20 a 30 anos para prevenir essa catástrofe anunciada e viabilizar uma economia de baixo carbono.”

Sirkis foi um dos coordenadores da Subcomissão Especial da Rio+20 da Câmara dos Deputados, que, em outubro passado, enviou ao governo federal um documento com sugestões para a construção da agenda temática da conferência, com ênfase no que chamaram “poder de enforcement (sic)” da agenda ambiental e na promoção da “economia verde” (Alerta Científico e Ambiental, 20/10/2011).

A insidiosa campanha dos “aquecimentistas” foi reforçada por um sobrevivente dos campos de concentração nazistas, o físico polonês-estadunidense Micha Tomkiewicz, professor do Brooklyn College, que inaugurou seu blog ClimateChangeFork, no Dia da Terra 2012 (22 de abril), com um virulento texto contra os críticos do AGA, que conclui assim:

"Arnold Toynbee escreveu que as civilizações morrem por suicídio, não por assassinato. Mesmo se as consequências previstas dos cenários ambientais “negócios como sempre”, nos próximos 70 anos, estiverem erradas em alguns detalhes e, mesmo, ligeiramente erradas na determinação do tempo de sua ocorrência, está claro que, uma vez que tenhamos atingido um ponto crítico na capacidade do planeta de se adaptar à acumulação de gases de efeito estufa na atmosfera, as consequências serão equivalentes a um suicídio global – um genocídio autoinflingido. Nós sabemos o que devemos fazer para mitigar este possível genocídio futuro, mas precisamos da nossa vontade coletiva para fazê-lo. Não podemos permitir que os negadores vençam novamente".

O mais recente empenho dos adeptos do AGA passa ao largo de algumas ironias históricas, como o fato de os nazistas terem sido os primeiros ambientalistas radicais a governar um Estado, observado pela respeitada historiadora inglesa Anna Bramwell, da Universidade de Oxford, no livro Ecology in the 20th Century: A History (Yale University Press, New Haven, 1989). Segundo ela, o regime de Adolf Hitler proporcionou uma associação das teorias racistas de promoção da eugenia com o “conservacionismo” ambiental, tendo sido a Alemanha nazista o primeiro país europeu a estabelecer um sistema policial de proteção de reservas naturais e habitats silvestres, com grupos especiais de tropas SS. Igualmente, os nazistas mais radicais se horrorizavam com a construção de usinas hidrelétricas nos rios “sagrados” e aprovaram várias leis sobre os direitos dos animais.

Outra vinculação entre nazistas e ambientalismo se mostra no currículo do príncipe Bernardo da Holanda, um dos fundadores da ONG ambientalista número um do planeta, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que foi oficial da SS antes da guerra. Por motivos óbvios, o WWF sempre se empenhou em ocultar essa passagem da vida de Sua Alteza (como tentou fazer, sem sucesso, no fracassado processo movido pelo WWF-Brasil contra o Movimento de Solidariedade Ibero-americana-MSIa, em 2001).

Não obstante, é cabível uma comparação entre o Holocausto e o “aquecimentismo”, quanto à constatação de que a exploração de ambos se converteu em verdadeiras indústrias. A primeira foi oportuna e magistralmente denunciada pelo historiador estadunidense Norman Finkelstein, no livro A indústria do Holocausto (Record, Rio de Janeiro, 2001). Para fúria de seus detratores, além da copiosa documentação e do rigor acadêmico com que sustenta suas afirmativas, Finkelstein não apenas é judeu, como seus pais foram sobreviventes de campos de concentração nazistas.

Quanto à “indústria aquecimentista”, ela se mostra na convergência de interesses políticos, econômicos, acadêmicos e midiáticos restritos, que tem promovido o AGA, nas últimas duas décadas, a despeito da absoluta ausência de evidências físicas que apoiem a hipótese. Entre outros autores, o geólogo Geraldo Luís Lino, do conselho editorial deste sítio, a documenta no livro A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial (Capax Dei, Rio de Janeiro, 2009).

Assim sendo, poder-se-ia, até mesmo, afirmar que o ambientalismo radical, como movimento ideológico e político, estaria a merecer um “Tribunal de Nuremberg”, para evitar que continue prejudicando a Humanidade com a sua agenda exclusivista – e, esta sim, potencialmente genocida, ao obstaculizar as perspectivas de desenvolvimento de bilhões de habitantes das regiões mais pobres do planeta.


Nota deste blog: A imagem acima e a legenda são de inteira responsabilidade deste blog. A imagem é uma montagem feita com fotos do Google Imagens. 
A criação da imagem e da legenda são de minha autoria.

Maurício Porto,
Rio de Janeiro, 17 de julho de 2012


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